Um negócio online de sucesso requer tomada de decisões estratégicas e eficiência no gerenciamento de estoque. Para conseguir isso, uma ferramenta altamente utilizada e recomendada por especialistas é a Curva ABC.
A abordagem classifica e prioriza os produtos vendidos pelo e-commerce. Desta maneira é possível identificar os itens mais estratégicos, segundo os objetivos do seller, e focar no crescimento das vendas.
Ainda não utiliza a Curva ABC na sua operação ou quer aprimorar a prática? Siga a leitura para entender como funciona a técnica, seus benefícios e desafios e como ela pode ser aplicada no dia a dia para tornar seu negócio mais lucrativo.
O que é a Curva ABC no e-commerce
A Curva ABC é um conceito amplamente aplicado no e-commerce por sua efetividade. Com base na demanda histórica das vendas, a ferramenta estratégica de gerenciamento de estoque classifica os produtos em três categorias: A, B e C.
Como padrão, a categoria A compreende os produtos de maior demanda, a categoria B os itens com demanda moderada e a categoria C representa os produtos de baixa demanda.
O principal objetivo da abordagem é melhorar o controle de estoque no e-commerce, maximizar a disponibilidade dos produtos mais populares e minimizar os custos de armazenamento dos itens que apresentam baixa demanda.
A implementação da técnica, especialmente por seller que anunciam em diversos marketplaces, pode gerar benefícios significativos como a redução de custos e a melhoria da satisfação do cliente, além de aumentar a lucratividade.
Vale a pena usar essa abordagem?
Mencionamos que a gestão de estoque com curva ABC apresenta resultados positivos que impactam diferentes aspectos do negócio. No entanto, a sua implementação também pode apresentar alguns desafios.
O primeiro deles é a obtenção de dados históricos precisos e relevantes sobre a demanda dos produtos. Essas informações são indispensáveis para realizar a classificação correta dos itens.
A definição de estratégias de gerenciamento de estoque diferentes para cada categoria também pode exigir um grande esforço de planejamento e coordenação. Outro ponto que requer processos rigorosos é a manutenção da classificação dos produtos ao longo do tempo.
Apesar desses desafios, quando bem aplicada a abordagem pode gerar inúmeras vantagens competitivas ao seller. A começar pela redução de custo com decisões mais inteligentes.
Com a identificação dos produtos com baixa demanda, por exemplo, é possível rever o processo de armazenamento e gerenciamento desses itens para reduzir investimento nesses pontos específicos.
A eficiência logística também tende a ser impactada, já que os produtos de alta demanda podem ser abastecidos com mais frequência e precisão, evitando a falta de estoque.
Consequentemente, as medidas de aprimoramento logístico refletem na melhoria da satisfação do cliente. A gestão correta do estoque garantirá uma melhor disponibilidade de produtos e agilidade na entrega.
Por fim, ainda podemos falar em aumento da lucratividade. Com maior visibilidade da demanda, é possível estabelecer melhores políticas de preço e promoção.
Vamos pensar em mais um exemplo, imagine que sabendo quais são os produtos com alta demanda, você poderá trabalhar para aumentar a sua margem de lucro, enquanto produtos com demanda muito baixa podem ser descartados da estratégia, se for o caso.
Como fazer a Curva ABC
Para implementar a técnica nas vendas online, é necessário seguir alguns passos básicos que listamos a seguir. O processo descrito abaixo é feito manualmente, no entanto você pode automatizá-lo usando uma ferramenta de apoio que tenha funcionalidade de Curva ABC.
A ferramenta mais indicada para isso é o hub integrador de marketplaces, especialmente se você tem uma operação multicanal. Com o integrador adequado, é possível saber quais são os produtos que possuem maior vazão em cada marketplace, por período. Isso permite ao seller adequar a estratégia de precificação e de estoque e facilitar a negociação com o fornecedor.
Faça uma lista do seu estoque
Antes de mais nada, é preciso fazer uma lista do seu estoque, que inclua informações históricas com o valor de venda de cada produto. Essa lista pode ser gerada a partir do sistema de inventário do seller ou de outras ferramentas de gerenciamento de estoque.
Também é necessário ter dados históricos das vendas, com informação precisa e relevante sobre a demanda dos produtos. Isto é imprescindível para classificá-los corretamente entre as categorias A, B e C.
Seller que utilizam ferramentas de apoio, como ERP e hub de integração de vendas em marketplaces, não devem ter problemas para acessar esses dados. Essas plataformas costumam oferecer funcionalidades que facilitam o processo.
Calcule o quanto representa cada produto no seu faturamento
Após ter a lista de estoque e os dados operacionais históricos, é preciso calcular a contribuição de cada produto no faturamento total do negócio. Com esse número, você deverá calcular o percentual de representação dos produtos com uma regra de três.
Digamos que o faturamento mensal de uma loja de eletrônicos seja de R$ 150 mil e que o produto Y, um smartphone top de linha, corresponda a R$ 45 mil desse faturamento.
Para calcular a contribuição do produto Y no faturamento total da loja, podemos usar a seguinte fórmula: (45 x 100) / 150 = 30%. Sendo assim, o produto Y, um smartphone top de linha, contribui com 30% para o faturamento total da loja de eletrônicos.
Com esta informação de todos os produtos, será possível criar a ordem decrescente da lista e classificá-los, como veremos na sequência.
Classifique em A, B ou C
Considerando a ordem de contribuição dos produtos no faturamento total do negócio, passamos à etapa de classificação nas categorias da Curva ABC.
Os produtos que representam 80% do valor total do estoque são classificados como A, os produtos que representam 15% do valor total do estoque são classificados como B e os produtos que restam são classificados como C.
Esta categorização permite gerenciar o estoque de maneira diferenciada, com estratégias diferentes para produtos com alta e baixa demanda.
Monitoramento e ajustes constantes
Ajustar a Curva ABC ao longo do tempo é um processo contínuo que envolve a reavaliação regular dos produtos e a adaptação da classificação de acordo com as mudanças na demanda e no valor dos produtos.
Para isso, é indispensável realizar balanços periódicos que complementam os balanços trimestrais ou semestrais, considerados mais complexos por serem mais extensos.
Os balanços regulares permitem identificar quais produtos estão dando o retorno esperado e quais estão com desempenho mais baixo.
Além disso, é importante manter uma análise constante da demanda e do valor dos produtos, ajustando a classificação da curva conforme as mudanças. Assim, se um produto da classe C começar a ter uma demanda maior, ele pode ser ajustado para a classe B ou A.
Realizar esses ajustes também pode envolver a implementação de estratégias de marketing e vendas específicas para cada classe de produtos. O seller pode, por exemplo, oferecer descontos em produtos da classe B, para incentivar a compra e aumentar a demanda.
A classificação correta é fundamental
Vale ressaltar aqui que a classificação correta dos produtos é vital para usar a Curva ABC na gestão estratégico do e-commerce. Por isso, o ideal é contar com o apoio de ferramentas que automatizam processos e agilizam o acesso aos dados históricos necessários para implementar e manter a estratégia.
Uma das mais plataformas mais recomendadas para este tipo de abordagem é o hub de integração de marketplaces, que oferece recursos avançados tanto para dados como para a gestão centralizada das vendas.
Conclusão
A Curva ABC pode ser uma ferramenta de gestão estratégica para sellers que desejam otimizar a administração do estoque e aumentar a lucratividade. No entanto, é importante garantir que a implementação seja feita de maneira correta, assim como o monitoramento da classificação de produtos.
Por fim, é importante lembrar que a Curva ABC é apenas uma das possíveis abordagens de gerenciamento de estoque e que é preciso considerar as particularidades do seu negócio antes de apostar na estratégia.
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